quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Será a General Shopping, o patinho feio das ESCs?

A General Shopping já subiu, desde o seu lançamento, 18,93% contra 14,61%, no mesmo periodo do Ibovespa. É a menor empresa de shoppings listada na bolsa, mas está acelerando sua expansão e procurando mais ativos. Tem um gap a R$ 15,00, mas desenha um "canal de alta amigo", tem um objetivo a R$ 18,00.

Segue reportagem do Jornal Valor:
General Shopping busca mais capital
Jornal VALOR
Claudia Facchini
21/11/2007

Depois de captar recursos na bolsa em julho deste ano, a General Shopping (GSB) avalia recorrer a outras alternativas de financiamento para continuar bancando aquisições e disputar o mercado com as grandes companhias do setor, Multiplan, BR Malls, Iguatemi, Brascan, Cyrela, Ancar e JHFS. Alessandro Poli Veronezi, diretor de relações com investidores da GSB, diz que a empresa planeja bater às portas do mercado internacional nos próximos meses e fazer uma emissão de bônus para financiar novos investimentos em 2008.

Os valores da operação ainda não foram definidos. Das administradoras de shoppings que abriram o capital, a GSB é a menor delas, mas a companhia acelerou o seu crescimento e começa a ganhar estatura com uma estratégia focada em empreendimentos populares. No terceiro trimestre, a receita bruta da empresa cresceu 38% em relação a igual período de 2006, totalizando R$ 14,1 milhões. A receita com aluguéis aumentou 43,4% no período, totalizando R$ 11,2 milhões.

Encontrar uma nova fonte de recursos, porém, será um desafio para companhias como a GSB, que fizeram o IPO (sigla para oferta pública inicial de ações), aumentaram de tamanho e agora precisam de mais capital para manter um plano agressivo de expansão. "O mercado de bônus não está fechado, mas o acesso está mais difícil depois da crise do subprime (hipotecas) nos EUA", afirma Alan Riddell, sócio da divisão de "financing" (captação de recursos) da KPMG. O custo dos financiamentos também está mais caro para as empresas brasileiras.



A firma de consultoria montou há dois anos a divisão de captação de recursos no país para atender à crescente demanda das empresa por capital. Das 19 operações de financiamentos que está estruturando, Riddell afirma que três são de bônus. Uma delas já está pronta, mas está à espera de uma melhora do humor do mercado. "Com os IPOs e a maior oferta de capital, as empresas brasileiras cresceram e um maior número delas hoje tem porte para acessar o mercado internacional de dívida", diz o consultor.

A GSB já investiu uma boa parte dos R$ 283 milhões que levantou na Bovespa. No fim do terceiro trimestre, a empresa ainda possuía em caixa R$ 194 milhões. No entanto, a GSB acaba de concluir a aquisição de três shoppings que pertenciam à São Carlos, incluindo o Top Center, na avenida Paulista, em São Paulo, por um valor total de R$ 63,8 milhões. A empresa também comprou 85% de um shopping em Cascavel, no Paraná, por R$ 25,2 milhões.

"Queremos reforçar o caixa para bancar os investimentos em 2008", diz Veronezi, acrescentando que a empresa tem planos de fazer uma nova captação na bolsa para financiar a expansão em 2009. A GSB optou por dirigir o foco para as classes B e C. "Somos a única das quatro empresas de shopping centers listadas na Bovespa com um foco em empreendimentos populares" , afirma Veronezi.

Nos últimos dois anos, a indústria de shoppings, ainda dominada por pequenas empresas familiares, iniciou um processo de concentração que acendeu o apetite dos investidores. "No setor, o segmento de shoppings populares é o que apresenta o maior potencial de crescimento, enquanto o mercado de empreendimentos para classe A ou 'triple A' já está mais perto do ponto de saturação", diz Veronezi.

No terceiro trimestre deste ano, a GSB registrou um aumento de 319% em um indicador utilizado pelas empresas imobiliárias e administradoras de shoppings, o FFO (sigla para "funds from operations"), que mostra o desempenho operacional dos empreendimentos. Este critério é composto pelo lucro líquido, mais depreciação e amortização.

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